segunda-feira, 19 de julho de 2010

ARRASTE-ME PARA O INFERNO

Um ótimo terrir (uma boa mistura de terror e humor) de Sam Raimi, que era mais conhecido por Evil Dead - Uma noite alucinante - até ser agraciado com a direção do blockbuster Homem-Aranha, e passar a ser conhecido por todos.
A história de uma atendente de banco (Christine) que nega a terceira prorrogação de empréstimo a uma velha cigana (numa ótima caracterização), e com isso dá causa à perda da morada da velha Sylvia Ganush, que a amaldiçoa, na garagem do banco, em cena muito bem dirigida.
A cigana pega um botão do casaco da mocinha do filme, lança o feitiço, e um espírito do mal (Lâmia) passa a atormentar a encostada. Tal espírito, depois de três dias de infortúnios, encarrega-se de levar a alma do amaldiçoado direto para o inferno (Drag me to the hell, o título em inglês).
Esse espírito encarna no amaldiçoado exatamente por meio de um objeto qualquer presenteado pelo maldizente, e ou o maldito se livra do objeto, ou será afundado nas trevas. O filme inicia em 1969, quando um garoto rouba um objeto de uma cigana - um colar. Por ordem de seus pais tenta devolver o bem, mas a cigana rejeita - e "presenteia" o menino com o colar, que depois do tríduo regulamentar, malgrado a tentativa de exorcismo, é levado aos quintos dos infernos.
Desse modo, aquele botão é dado à nossa bancária, que procura ajuda de um guru indiano que, ao tentar ajudá-la, leva-a àquela médium (Shaun San Dena) que tentou ajudar o menino lá na década de 60.
Tendo a sessão de exorcismo dado pouco resultado - o Lâmia não é tão bobo assim - e estando o prazo de três dias se esgotando, a única solução para a mocinha é dar o botão amaldiçoado para alguém. Num truquezinho mequetrefe do roteiro, na volta da sessão de esconjuro, troca o botão por uma moeda, sem perceber, eis que seu namorado era colecionador de moedas e tinha uma guardada num envelope parecido com o que Christine guardou o botão.
Surgem então um interessante dilema moral para a mocinha - a quem senteciar de morte presenteando com o botão (minha única estranheza foi saber quem aceitaria um botão como presente). A primeira opção foi a de dá-lo ao seu colega Stu, um bancário preocupado em trapaceá-la a fim de obter o cargo de assistente a que a mocinha também aspirava. Depois pensa num velho com doença respiratória terminal, mas de ambas as opções desiste, por razões diversas.
Resolve, depois de consultar-se com seu guru Rham Jas, chega a conclusão de que poderá devolver o botão à cigana, agora já falecida - sabe-se lá por que. Exuma o defuto, enterra o botão/moeda na boca da defunta, e se dá por livre da maldição.
No dia seguinte, julgando-se imune ao inferno, marca um encontro com seu namorado, que mostra que a mocinha perdeu o botão, sentenciando-lhe de morte. Nesse exato instante, estando ambos numa estação de trem, a maldição se cumpre. Sobem os créditos.
O filme é muito bom. Sustos genuínos misturam-se a boas gargalhadas. A atmosfera tensa é bem criada por Sam Raimi, que consegue realmente assustar e divertir.