terça-feira, 23 de agosto de 2011

SHERLOCK HOLMES E A ARMA SECRETA (1943), de ROY WILLIAM NEILL, em 20/21.08.2011

Tal qual em "A Mulher de Verde", que já comentei neste blog, este filme do detetive inglês tem Basil Rathbone e Nigel Bruce nos papéis de Holmes e Watson.

Holmes e Watson precisam proteger um cientista suíço, que construiu uma bomba aparentemente importante para o desenrolar da Segunda Guerra - me pareceu que a invenção era um sistema de precisão para o lançamento das bombas - evitando que esse apetrecho caísse na mão de nazistas.
Sherlock consegue tirar o cientista Franz Tobel da Suíça, levando-o à Inglaterra, após se disfarçar de agente alemão, enganando os integrantes da Gestapo.
Após chegarem ao 221-B de Baker Street, Tobel desaparece para providenciar algumas coisas. Como ele teme que sua bomba caia em mãos erradas, ele a divide em quatro partes, dando uma parte para cada um de seus amigos cientistas suíços radicados na Alemanha, evitando que somente a sua apreensão fosse causa da descoberta de toda a bomba. Também vai até a casa de sua namorada que conhecera durante temporada nos Estados Unidos, e lá deixa uma mensagem cifrada para Holmes com o nome dos quatro destinatários da bomba, em caso de ser ele capturado.
Já nessa primeira incursão ele sofre uma tentativa de seqüestro, da qual se livra por pouco.
Mas, logo depois, após se negar a entregar sua invenção inclusive ao governo britânico - o receio de que mesmo ali o segredo em um só lugar pudesse ser revelado - realmente é capturado pelo Professor Moriarty, que é quem pretende vender o artefato à Alemanha, quando começa o embate entre Holmes e Moriarty.
Na verdade o embate de gênios parece uma programa de "pegadinhas do Mallandro", um dizendo que é mais esperto que o outro, e utilizando exemplos ridículos para prová-lo, como por exemplo eles discutem como um mataria o outro, pois um tiro seria indigno de tais inteligências.
Ao final, no esconderijo de Moriarty, descoberto por uma pista tipo João e Maria, Holmes e a Scotland Yard libertam Tobel e Holmes vence Moriarty com uma armadilha que este mesmo armara para terceiros em seu covil, mas que Holmes subverte para dar fim a Moriarty.
Há, então, um discurso pró-Inglaterra que soa hoje meio pueril, mas que parece ser adequado para durante a guerra, quando o filme foi feito.
Com uma história bobinha, um embate fraco entre Holmes e Moriarty, diálogos propagandísticos de tempo de guerra, esse filme diverte, mas não tanto quanto outros dessa série de Rathbone.
NOTA IMDB - 6,7. Acho que vale menos, um 5.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O ESCRITOR-FANTASMA (2010), de ROMAN POLANSKI - 10.08.2011

É um filme daqueles que Lopes - o homem do vinho - recomendaria com sua ressalva habitual: É um filme honesto, mas não um filme para "ocasiões especiais".O filme entretém por duas horas, mas é um filme comum, embora um suspense bastante razoável.
Ewan McGregor é o ghost-writer (nem nome ele tem no filme) contratado para escrever (ou dar um formato vendável) às memórias de Adam Lang (vivido por Pierce Brosnan), ex-primeiro mininstro inglês baseado sem dúvida no trabalhista Tony Blair, após a morte suspeita do  primeiro contratado, e que no filme é alguém que entrou na política sem razão aparente, sem que fosse realmente interessado por isso, mais por influência de sua esposa.
Ao se aprofundar na vida do biografado, Ewan tem acesso ao manuscrito da biografia (mal escrita e por isso terá de reescrevê-la), à sua residência nos EUA, se aproxima da mulher deste (Ruth Lang, vivida por Olivia Willians) mas logo vê seu objeto de estudo no centro de uma crise política, por ter ele, segundo um seu ex-ministro, sido condescendente com tortura praticada por americanos
Com alguma facilidade, encontra fotografias e documentos que desmentem a história contada por Adam Lang - deixados pelo escritor anterior, e esses dados o levam a desconfiar que o primeiro ghost writer foi assassinado, pois descobrirar algo, discutira asperamente com o seu contratante e amigo de longa data. Em tais documentos consta ainda um número de telefone e uma frase como "a solução está no começo, a solução está no início".
Adam Lang tenta lidar com a crise, refugiando-se no apoio de seus colegas políticos americanos, uma vez que a situação política na Inglaterra não lhe é favorável, inclusive o governo inglês promete completa cooperação com a investigação
As pesquisas de McGregor o levam a entrar em contato com Paul Emmet (Tom Wilkinson), última pessoa a ter contato com o antigo escritor, na noite anterior a sua morte.
Aprofundando a investigação, descobre que Emmet foi da CIA. Deixa a esposa de Lang a par do que via descobrindo.
Resolve telefonar para aquele número deixado pelo anterior ghost writer, e quem atende é exatamente o político ex-assessor de Adam Lang.
Em certo momento, McGregor passa a ser perseguido, mas consegue despistar os capangas, quando novamente liga para este político, que explica suas desconfianças a respeito de Lang.
Ocorre que, repentinamente, em razão das suspeitas de condescendência com a tortura, Lang é assassinado, e aquilo que poderia virar uma grande tragédia o transforma em "santo".
Um ano depois, se não me engano, a biografia é lançada, e na festa de lançamento, em Londres, ao ver a esposa de Lang próxima a Emmett, e informado por alguém de que Emmett fora o orientador do doutorado de Ruth, ele consegue decifrar a mensagem dos inícios, e lendo o início de cada capítulo do manuscrito deixado pelo anterior escritor fantasma, descobre que Ruth é que era da CIA, e que estava por trás da ascensão de Lang - praticamente um zé-ninguém- na política (numa dessas viradas que me deixam meio puto da cara e certamente fazem com que o filme perca pontos no meu "gostar ou não do filme").
Ao deixar o local, é atropelado (de propósito, acidentalmente), em cena que não é mostrada, sepultando o "segredo", e deixando as páginas do manuscrito ao vento, desfazendo-se as provas de qualquer conspiração que tenha havido.
NOTA IMDB: 7,4. Acho que vale um pouco menos. Dou um 6 ou 6,5.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

EXPRESSO PARA BERLIM (1948), de JACQUES TOURNER - 15.08.2011

Esse é o segundo filme do elogiado Jacques Tourner - elogios de Inácio Araújo - a que assisto. O primeiro a que assisti foi "A morta-viva", um filme realmente muito bom, curtinho, 68 minutos, mas com muita coisa a observar, a pensar, a apontar - já escrevi no blog sobre esse filme. Esse "Expresso para Berlim" trata de um intelectual alemão que participa em Paris de uma conferência para unificação alemã (das áreas controladas segundo decisão da divisão pelas quatro potências no pós-guerra).
Em Paris, um pombo-correio é morto, e por acidente descobrem um bilhete com horário 21h45, cabine D, número do trem - 9850, e uma localidade, Sulzbach - esses dados são repassados às polícias/serviços secretos da França, Inglaterra, URSS.
Esse intelectual (Dr. Bernhardt) entra disfarçado de Otto Franzen no trem para ir a Berlim colocar em prática o seu plano de união alemã, e reservam a tal cabine D, anotada no bilhete do pombo-correio ao Dr. Bernhardt falso, que sofre um atentado a bomba e é morto. No trem há, além Bernhardt, um americano agrônomo (Lindley), um militar russo (Kiroshilov), um professor e ex-soldado inglês (Sterling), uma secretária francesa (Lucienne), um alemão (cuja identificação é ocultada no filme pelo apito do trem - Schmidt), o colocado no trem por ordem americana, além de um francês - Perrot, que depois se verá não ser quem dizia.

Quando há o atentado, o trem para em Frankfurt (as imagens da destruição da cidade pela guerra impressionam) para interrogatórios - momento em que o espectador fica sabendo que Franzen é Bernhardt), todos são ouvidos, e em tese continuariam a viagem de trem a Berlim, mas Schmidt desaparece.
No terminal de Frankfurt, Johann Walter, um antigo amigo, faz contato com Bernhardt - a identificação foi apenas para que pessoas contrárias às idéais de Bernhard o pudessem suquestrar. Johann traiu seu amigo na esperança de encontrar sua desaparecida mulher. Seus intentos são frustrados (sua mulher está morta), e Walter se suicida.
Os passageiros do trem resolvem não seguir a Berlim, e pemanecer em Frankfurt para procurar Bernhardt, pois em tese concordam com as ideias do intelectual. Eles são atraídos ao covil dos bandidos, pois Bernhardt se recusa a dar detalhes de seu plano de unificação aos sequestradores - com o qual não concordam esses alemães, que pretendem outra Alemanha (não explicam qual, mas provavelmente uma que não fosse submissa aos acordos do pós-guerra) - e dessa forma a única forma de saber dos planos era trazer para perto a secretária Lucienne, que poderia explanar os detalhes do plano.
Schmidt, desaparecido na estação de trens, em verdade era um alemão a serviço de Bernard - e portanto quando esse é sequestrado Schmidt desaparece por sua vontade, e consegue avisar aos militares mais ou menos onde Bernardt é mantido em cativeiro, antes de morrer.  Aqui há uma certa dificuldade no roteiro em saber como Schmidt teria chegado ao bar, sabido da loira que fumava os cigarros de Bernardt, ou como os aliados teriam igualmente chegado a tal destino. Mas deixemos para lá.

O fato é que com esse aviso, as forças aliadas conseguem chegar ao esconderijo quando os alemães já tinham desistido de ober informações e estavam prestes a executar Bernhardt e Lucienne, salvando-os.
Contudo, nessa passagem o espectador fica sabendo que o francês - Perrot - na verdade era um alemão de nome Holtzmann, e que ainda planeja matar Bernhardt. Eles seguem, finalmente, a viagem para Berlim, e Perrot ainda tem uma chance de matar o alemão pacifista (embora Lindley desconfie de algumas de suas atitudes). Em uma bem construída cena, Lindley está no quarto de Lucienne e vê, pelo reflexo da janela do outro trem Perrot tentando matar Bernhardt, e consegue impedir o intento deste, que é morto em fuga.

Na cena final, em frente ao portão de Brandenburgo, os aliados rumam cada qual para seu setor, em princípio, e sem dar muita atenção um ao outro. O inglês discute com o americano, o russo faz pouco caso do cartão que o americano lhe entrega. E todos deixando o alemão Benrnhard à própria sorte. Mas, ao final, este volta atrás e recolhe o cartão, o americano e o inglês se cumprimentam amistosamente, e Lindley e Lucienne deixam no ar uma esperança futura de reencontro, até amoroso. Todos acenam em suas retiradas. Dr. Bernhardt que primeiro duvidava da validade de se perseguir a paz conclui que há momentos em que essa busca é válida. Bom filme.

Nota IMDB 7,0. Vale um pouquinho mais.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O HOMEM DOS OLHOS DE RAIO-X (1963), de ROGER CORMAN - 12.08.2011

Ray Milland interpreta o médico James Xavier, que faz experiências com um colírio que possibilitaria uma visão mais avançada do que a das pessoas comuns, que só vêem uns 10% do espectro de ondas existentes, ou seja, 90% das coisas não é vista pela vista humana.Seus experimentos permitem essa visão melhorada, inicialmente de modo tênue, só vendo através de uma folha de papel, das roupas, o interior dos pacientes. Com essa percepção, discorda de um outro médico que iria fazer uma intervenção equivocada em uma paciente, mas como não consegue convencê-lo do possível erro, intervém durante a cirurgia, cortando a mão do cirurgião e assumindo a operação. Embora salve a paciente, será denunciado por má prática médica.
Ele se torna ambicioso - poderia salvar todo mundo, dar diagnósticos exatos - mas começa a perder o controle. Um médico seu amigo tenta fazê-lo parar com seus experimentos com a visão, mas Ray Miland acidentalmente o mata, e então é obrigado a fugir, se esconder.
Inicialmente ele se transforma em Mentalo, um participante de um parque de diversões, um freak show. Depois, ele passa a ser um curandeiro, um  vidente que vê as doenças dos outros, a dinheiro, quando passa também a ser chantageado por seu assistente, vivido pelo comediante Don Rickles, fora de seus papéis cômicos habituais. Saber demais o torna uma fonte de dinheiro para os outros?
Quando a médica Diane Fairfax, que inicialmente representava a instituição que financiava as experiências de Xavier o descobre, o tira de lá, mas Don Rickles, que perderá o dinheiro que arrecadava "empresariando" o "curandeiro", o denuncia a polícia como o assassino daquele médico morto acima.
Inicia-se uma fuga, inicialmente sob a justificativa de que Xavier ache um modo de parar com suas visões, mas ele não tem mais acesso a laboratórios ou financiamento, e para conseguir dinheiro resolve ir a Las Vegas, onde, evidentemente começa a ganhar, mas não consegue conter seus impulsos, não consegue parar de jogar, e ainda dá palpites em jogos de terceiros.
Uma vez mais é obrigado a fugir, agora sob perseguição policial, pelas estradas do deserto de Nevada, acidenta-se e acaba vagando até encontar uma tenda em que há um culto religioso em que Xavier reclama que vê demais, que não aguenta mais, que não aguenta tanta luz, momento em que o pastor, citando alguma passagem bíblica diz que a causa do mal deve ser extirpada, levando Xavier a arrancar seus olhos, pois ver tanto quanto via não lhe interessa, e que ele viu o centro do universo, e lá havia luz (seria deus? ou afirmava a inexistência de deus?). A história é essa. Seus significados? - Me escapam.

Mas INÁCIO ARAÚJO fala bem demais sobre o filme. E acha uma obra-prima:
INÁCIO ARAUJO - CRÍTICO DA FOLHA
É claro que quando alguém diz que "O Homem dos Olhos de Raios-X" (TCM, 22h, 12 anos) é um dos maiores filmes de todos os tempos está procurando encrenca: é pequeno, com elenco desconhecido e trucagens pobres.
Como poderia ser tudo isso?
A resposta imediata é: trata-se de um filme de Roger Corman. O mago do filme "B" é capaz de tirar leite de pedra, como nesta ficção científica sobre um médico que descobre um método de ver além do que os outros podem ver.
Trata-se de uma atualização, mas muito aguda, da tragédia de Prometeu, que rouba o fogo sagrado para doá-lo aos humanos e acaba como acaba. Para resumir, o destino do médico não será tão diferente daquele do herói grego.
Grande filme.


Não tenho tanto conhecimento, achei apenas um bom filme. E Inácio Araújo não explica exatamente por que o acha tão bom. Prometeu foi o deus mitológico que trouxe o fogo aos homens, quando este era destinado apenas aos deuses. Por essa conduta, foi condenado a viver por 30 mil anos amarrado a uma rocha, e todo dia um pássaro comeria seu fígado, que durante a noite se regeneraria, apenas para no próximo dia reiniciar-se o suplício.
Seria a comparação com o papel de Ray Milland o de que este traria a luz, poderia trazer grandes avanços, mas por brincar com os deuses, com a natureza, mereceu incompreensão, perseguição? Ou porque deus não quer que saibamos além de nossa normal e limitada compreensão? Ou porque não há um deus? Sei lá.
NOTA IMDB  - 6,8.  Acho que é isso. Quando eu descobrir porque se trata de uma obra-prima, eu aumento a  nota.

sábado, 6 de agosto de 2011

SALT (2010), de PHILIP NOYCE - 06.ago.2011

Angelina Jolie é Evelyn Salt, uma agente do serviço secreto dos EUA, mas que, pasmem, foi uma criança que passou a infância na Rússia (ou URSS, sei lá) e lá treinada para um dia fazer um ataque aos EUA.
Ela é casada com um especialista em aracnídeos alemão, relacionamento que começou apenas porque ela como agente secreto deveria se aproximar dele.
Certa feita, um agente russo resolve se entregar e revela um plano. O presidente russo será morto durante o funeral do vice-presidente americano, e o assassino será Evelyn Salt. Ela faz parte de um programa russo em que crianças foram treinadas na Rússia para atacar os EUA, em larga escala e, malgrado a URSS tenha se desintegrado, o plano ainda seria posto em andamento. Quase todos os homens do serviço secreto acreditam na história, exceto Liev Schreiber - Ted Winter.
Como seu marido foi sequestrado, ela cumpre a primeira parte do plano, e realmente assassina o presidente russo (na verdade, no final, ver-se-á que Salt só o paralisou com veneno de aranha, hahaha) - o que leva à possibilidade de os russos quererem reagir. A segunda missão será matar o presidente dos EUA - levando os russos a retaliar, iniciando possivelmente uma guerra nuclear.
Para provar a lealdade de Salt ao plano, os russos matam seu marido em frente dela, e ela não pode reagir.
A primeira tentativa de matar o presidente americano falha, e ele é levado para uma casamata.
Ali vem uma virada dessas de foder com a paciência de qualquer um: Liev Schreiber, ou Ted Winter, ou Nikolai Tarkovski, um dos russos treinados para o tal ataque. Salt consegue frustrar o ataque de Nikolai, que mata todos mundo dentro do bunker presidencial (exceto o presidente) e com a digital deste está prestes a lançar um ataque nuclear contra Meca e Teerã, atraindo desse modo a ira dos países muçulmanos.
Salt consegue impedir esse ataque, entrando quase por mágica no bunker, mas não terá como provar que Ted era o culpado, dada a imensa quantidade de fatos contra ela.
Somente ao seu ex-chefe ele consegue explicar o que houve, e este, enquanto a transporta até o FBI, de helicóptero, acredita na sua versão e a deixa fugir, para que ela passe a caçar o resto dos ex-soviets. É isso, e é ruim.
NOTA IMDB - 6,5. Não vale tanto. Na verdade, um 4 tá bom demais.

ASSIM ESTAVA ESCRITO (1952), de VINCENT MINELLI - 06.08.2011

Este filme (The Bad and the Beautiful - parece-me um jogo de palavras com The beast and the beautiful) de Vincent Minelli trata da indústria do cinema, mas não só disso. Outros grandes filmes sobre a matéria são O Jogador, Sunset Boulevard, The Last Tycoon. Todos ótimos.
Nessa película, Kirk Douglas é Jonathan Shields, filho de um ex-chefão de Hollywood que morto deixa o filho falido, e este promete dar a volta por cima, fazer filmes tão bons quanto os de seu pai.
Lana Turner é Georgia Lorrison (também filha de um ex-ator de sucesso), aspirante fracassada a atriz, que faz de pontas e figuração o seu ganha-pão.
Dick Powell é James Lee, um professor de história cujo primeiro livro é adaptado ao cinema, e por causa disso recebe convite para trabalhar e Hollywood.
Fred Amiel (Barry Sulivan) é um assistente de direção de filmes B, e que também sobrevive de figuração.
Walter Pidgeon é Harry Peeble, um executivo de um pequeno estúdio de filmes B, de baixo orçamento, com atores de segunda.

Todos eles entram em contato com Jonathan, e este, um grande entendedor de cinema (malgrado egoísta, narcisista e arrivista - precisa ser alguém), os catapulta ao estrelato, não sem crescer junto e, principalmente, deixar grandes mágoas.
Fred Amiel teve a idéia do roteiro que se torna o primeiro sucesso de Jonathan, mas este vende a idéia como se fosse sua, e exclui Fred dos créditos pela criação e da direção do filme, razão pela qual eles rompem.
Georgia é uma desqualificada, bêbada e promíscua. Jonathan a conquista, faz com que ela deixe de beber, se comprometa com a atuação, e com ela mantém um relacionamento enquanto filmam. Tão logo acabado o filme, ele a abandona, e ela o flagra, no dia da premiere, com uma outra mulher.
James Lee é um professor e bom escritor, mas tem sua mulher, uma caipira que atravanca sua escrita, dispersa sua atenção, impedindo-o de desenvolver seu talento. Jonathan consegue isolá-lo de sua mulher, levando-o de Hollywood e deixando a mulher em companhia de um ator galã, e muito depois, descuidadamente deixa escapar que foi o responsável pelo caso que acabou levando aquela mulher à morte.

Malgrado tais desgostos, Jonathan fez  com que os três alcançassem grandes feitos em suas carreiras desse contato, o que lhes é lembrado por Harry Peeble, que também foi traído por Jonathan (quatro meses depois do primeiro sucesso, este abandono o estúdio de Harry).
O filme inicia exatamente com ligações de Jonathan (que fracassou em um filme que por narcisismo assumiu a direção, passando por cima do diretor contratado) para James, Georgia e Fred. Dois sequer atendem, o último o manda à merda.
Mas, por intermédio de Harry, eles vão ao estúdio, e ali este os convida para um novo filme de Jonathan, pedido que eles estão dispostos a negar.
Então Harry faz essa retrospectiva acima narrada, contando a história dos três, de serem ninguém e passarem a grandes atriz, diretor e roteirista. O filme se desenrola em três grandes flashbacks, um para cada personagem, numa montagem e roteiro impecáveis. Para cada história, Harry os faz ver o quanto o seu contato com Jonathan os fez evoluir.
Fred perdeu aquele filme, mas depois disso se tornou um diretor ganhador de dois Oscar, Georgia se fez a principal atriz dos EUA, James Lee tornou-se o principal roteirista da indústria do cinema, ganhador de um prêmio Pullitzer.

Contadas as histórias, finalmente chega a hora do telefonema de Jonathan, que está em Paris auto-exilado, para que os três confirmem se aceitam o convite para o seu ressurgimento, mas tão logo Harry começa a conversar com Jonathan, os três meneiam as cabeças, e vão deixando a sala.
Na antessala, ele vêem um telefone, uma extensão, e não resistem. Lana Turner pega a extensão, começa a ouvir a conversa entre Jonathan e Harry, e logo James Lee e Fred igualmente encostam seus ouvidos ao telefone, pois embora um mau caráter, Jonathan era sedutor, sabia o que fazia, e tudo que fazia era para que os filmes que trabalhava fossem os melhores, que o cinema fosse grande, e aparentemente gostam do que ouvem. Filmaço. E se tiver vontade, vale a pena ler alguém que sabe muito mais do que este analfabeto - Leia o texto de André Setaro.
NOTA IMDB: 7,8. Daí para mais.

O TESOURO DE SIERRA MADRE (1948), de JOHN HOUSTON - FEV e 06.08.2001

Filmaço de John Houston, com Humphrey Bogart.
Bogart (Dobbs) está perdido (falido), na fronteira do México com os Estados Unidos, vivendo de esmolas de americanos. Depois de aceitar um trabalho que não é pago, ele e um seu companheiro (Tim Holt, que vive Curtin)  vão tomar satisfação com o empregador, tomam-lhe o pagamento merecido, e somado a uma lufada de sorte (um bilhete premiado que Bogart comprara de um mexicanozinho), eles arranjam uma grana.
Essa grana lhes é suficiente para, acreditando na idéia de um velho garimpeiro (Howard, vivido por Walter Huston) que conhecem num abrigo para trabalhadores pobres passarem a noite, irem em busca do tal tesouro, para garimparem em Sierra Madre. Esse velho garimpeiro os adverte da cobiça, da loucura, da insânia que acomete garimpeiros, quando se vêem com o ouro à sua frente.
Eles compram os apetrechos para a caça ao tesouro com o dinheiro, e partem acompanhado do experiente garimpeiro.
Encontram, finalmente, o lugar perfeito, e numa progressão de loucura- tal qual alertados pelo velho - começam a agir paranoicamente, cada um com medo de que o outro roubem o ouro do outro (há antes uma discussão prévia de como será armazenado o ouro garimpado, se guardado em comum ou cada um esconderá sua parte - esta opção prevalece), que fujam.
Neste ínterim, há perigos externos - uma gangue de ladrões mexicanos, um garimpeiro exterior que chega ao lugar do garimpo e quer participar da extração (os três decidem matá-lo mas salvam-se dessa trágica opção em razão de ataque da gangue, para que o noviço os ajude, e realmente os ajuda, mas acaba sendo morto pelos bandidos), uma tribo de índios que chega aos três para pedir ajuda médica - fornecida pelo mais velho, que reanima uma criança índia que estava inconsciente após se afogar.
Em certo momento, quando o ouro começa a rarear, decidem deixar a mina. Quando estão saindo, a tribo de índios vem convidá-los para passar algum tempo em sua aldeia, em retribuição ao salvamento do indiozinho, e esse "convite é obrigatório".
Como Dobbs e Curtin não desejam ficar e os índios só exigem Walter, este fica para trás e ali viverá como um rei, enquanto seus colegas prosseguem, levando o ouro do companheiro, e todos se encontrariam em Durango.
Já no primeiro dia da viagem de regresso, Dobbs sugere que o velho que se dane, e ele e Curtin dividam o ouro, passando a perna em Walter.  A cobiça de Dobbs só aumenta, e ele atira em Curtin, acreditando que o matou, mas apenas o feriu. Este consegue ajuda de mexicanos (aqueles mesmo que foram ajudados por Walter) equanto Dobbs prossegue na viagem a Durango, com todo o ouro, já paranóico, achando que alguém o vigia, que bandidos o encontrarão.
Após Curtin ser medicado, Walter e este partem atrás de Dobbs, já extenuado pela longa caminhada, sozinho em meio à natureza. Quando Dobbs se aproxima da cidade, ele é alcançado pelos bandidos com quem cruzaram antes, quando ainda garimpavam, e estes o matam;
Quando vão olhar o centeúdo dos sacos de outros, até em razão da aparência acham que é areia pura e que seriam usados para dar mais peso às peles, e esvaziam os sacos, pois estão mais interessados em verder os burros de carga e as peles, para arranjarem algum dinheiro, mas são descobertos e executados.
Depois, quando Curtin e Walter chegam à cidade eles são avisados da morte de Dobbs, e entre susas coisas não está o ouro, descobrem onde os bandidos esvaziaram os sacos. Uma tempestade de vento leva todo o ouro embora. Walter resolve voltar com índios, e assentar. Curtin resolve recomeçar sua vida, ainda sem destino certo, talvez indo à cidade da viúva daquele estranho - o quarto garimpeiro - que chegara em Sierra Madre e fora morto lá mesmo.

Nota IMDB 8,5 - É isso mesmo, um grande filme.

GENTE GRANDE (2010), de DENNIS DUGAN - 05.08.2011

Esse filme (chamá-lo de filme realmente já é uma grande bondade) é uma grandessíssima porcaria. Adam Sandler, Chris Rock, Steve Buscemi, Kevin James, David Spade, Rob Schneider, Maria Bello, Maya Rudolph se juntam para algo sem nenhum nexo, nenhuma finalidade. Bons atores de comédia num filme se graça.
Não há enredo, só um amontoado de piadas (ou tentativas de fazê-las).

Cinco ex-integrantes de um time de basquete se reúnem trinta anós após a conquista de um título infantil no colégio, em razão da morte de seu treinador. Um rico executivo de hollywood, um desempregado que finge estar bem, um marido mandado pela mulher, um eterno adolescente, um hippie;alternativo tem seus encontros e desencontros, diferenças, para ao final todos virarem pessoas melhores, e perderem a revanche contra os derrotados que ficaram na cidadezinha, e que em razão do jogo  parece que se tornaram derrotados na vida. Ah, e os gostosões da cidade grande deixam eles vencerem. Muito edificante. E uma bosta.
Tudo parece um episódio de Saturday Night Live, sem a graça desse programa, porém. Poucas piadas engraçadas, atuações constrangedoras. Se não fosse o dinheiro que provavelmente ganharam, os atores deveriam estar absolutamente encabulados por se juntarem para fazer algo tão ruim.
Nota IMDB - 5,8. Vale um 2, se tanto. Horrível.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

AS DUAS FACES DA LEI (2008), de JOHN AVNET - 01.08.2011

Al Pacino e Robert de Niro fazem uma dupla de policiais envolvidos na investigação de um serial killer que mata apenas bandidos, pessoas que foram erradamente absolvidas na justiça, enfim, um justiceiro.
Quanto mais surgem pistas sobre o assassino, tudo passa a indicar que o assassino seja um policial, e o principal suspeito passa a ser a personagem interpretada por De Niro, um cara truculento, violento, impressão esta que será desmentida ao final. Também se mostra que eles plantaram evidências contra um réu de assassinato de crianças, e que a iniciativa disso foi de Turk, o que reforça as suspeitas.
O problema é que o  filme tem um truque barato para dar a impressão que o policial vivido por De Niro é o culpado, qual seja um vídeo em que De Niro diz ser o Policial David Risk, que é policial há 30 anos e matou 14 pessoas. Com o tal vídeo começa o filme, e este passa a ser narrado em off por De Niro.
Para não contrariar essa impressão, durante o filme, as personagens de De Niro e Pacino são chamados somente por seus apelidos,  respectivamente Turk e Rooster, ou seja, não se menciona o nome David Risck, levando o espectador a acreditar que De Niro é Risk, quando na verdade este é Al Pacino, e o vídeo é apenas a leitura, por Turk, das confissões dos justiçamentos relatados por Rooster. Turk, inclusive, se vê ao final, estava presente assistindo ao vídeo, depois de matar Rooster ao elucidar os assassinatos com a leitura do diário de Rooster, que este deixa à vista depois que uma das vítimas do justiciamento de Rooster escapa do atentado que sofre e tão logo se recuperasse no hospital poderia esclarecer a história toda.
O filme é ruim e tem esses twists difíceis de aceitar. Vale só pelos atores. O filme é tão esquecível que eu já o tinha visto mas não lembrava nada da história. Nem a muito a escrever,
Nota IMDB - 6. Não merece mais do que isso.