terça-feira, 22 de novembro de 2011

FARSA TRÁGICA (1964), de JACQUES TOURNER - 21.11.2011

Mais um filme do elogiado Jacques Tourner (A Morta-Viva), esse com um elenco estreladíssimo, com Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff e até talvez o mais tradicional todos os Sherlock Holmes (Basil Rathbone), vivendo um papel bastante diferente.
O filme começa muito bem-humorado, em um enterro em que os coveiros vividos por Vincent Price (Waldo Trumbull) e Peter Lorre (Felix Gillie), fingem sentimentos compassivos pela morto e sua família, agem de forma meio ensaiada, com expressões semelhantes, mas tão logo os convidados deixam o local, rapidamente despejam o corpo na cova, sem o caixão (para economizar a esquife), e tampam o morto em alta velocidade, com uma música apropriada a filme cômico e com imagem acelerada, para logo saírem dali e garantirem o lucro da economia de um caixão, ficando logo circunspectos na condução do carro fúnebre (evidentemente, para não passarem uma impressão "equivocada" sobre sua seriedade de agentes funerários).
É interessante como enterros dão um bom começo de filme ou, pelo menos, permitem o desenvolvimento de uma boa trama. Lembro-me, rapidamente, de "A Vila", em que o enterro permite dar a noção dos problemas da Vila - isolamento do mundo exterior; Enterro Prematuro, que permite explorar o terror de Ray Milland em ser enterrado vivo; O Homem que Amava as Mulheres, do Truffaut, que permite ver a influência de Bertrand sobre as mulheres, entre tantos outros: Enterrado Vivo, Frankenstein, de James Whale, por exemplo.
Os créditos inicias assemelham-se a créditos de um filme de faroeste, e uma música como se de vaudeville continuam a dar a nota de comicidade-horror que parece acompanhar esse filme.
Bem, o filme chama em inglês The Comedy of Terrors, ou algo como "A comédia do terror ou dos terrores", e o filme é mais cômico do que assustador, e bastante engraçado.
Trumbull (Price) e Mr. Gillie (Lorre), que trabalham juntos na casa funerária que Trumbull assumiu em lugar de seu sogro ancião, surdo e aposentado (Boris Karloff, que vive Amos Hinchley - a quem Trumbull tenta repetidas vezes matar, ministrando veneno), estão à beira da falência, e devem mais de um ano de aluguel a Mr. John Black (Basil Rathbone), e para conseguir algum dinheiro, precisam de clientes. Para consegui-los, vêem como única maneira passar a matar pessoas, por iniciativa de Price e contrariedade resignada de Lorre, para que seus serviços funerários voltem a ser necessários.
A primeira tentativa dá errado, porque embora consigam efetuar o assassinato, a viúva dá-lhes um golpe, e malgrado tenham que efetuar o enterro, não conseguem cobrar, pois esta foge com o dinheiro do defunto.
Então, resolvem, com uma só paulada, matar dois coelhos. Trumbull resolve matar o Mr. Black, para assim receber o dinheiro das exéquias bem como para se livrar de seu senhorio, de suas dívidas de aluguel.
O plano não dá muito certo porque Mr. Black teima em não morrer. Ele tem catalepsia, e então, por duas vezes, mesmo quando o dão por morto, ele acorda de sua letargia, uma dentro da casa funerária do Trumbull e Gillie, outra já em seu jazigo, do qual é retirado por Joe E. Brown (o ator que diz a famosa frase final de Some Like It Hot: "Nobody's perfect").
Paralelamente, a esposa de Trumbull - Amaryllis - uma cantora fracassada de ópera, a quem o marido trata terrivelmente mal, e diz só aguentá-la por causa da bebida - se aproxima de Gillie (que tem muita pena do tratamento a ela dispensada por seu patrão), para ao final, fugirem juntos. 
Mr. Black tem uma fixação por Shakespeare e recita incessantemente falas de Macbeth, inclusive a talvez mais famosa, que a vida não é nada além de uma sombra andante, um pobre ator sobre um palco, é um conto contado por um idiota, cheio de som e fúria, significando nada.
Ao fim, Mr. Black, adequando sua conduta às falas shakesperianas de vingança contra Macbeth, vai ao encontro de Trumbull para se vingar daqueles que tentaram matá-lo, ou mesmo sem matá-lo, quiseram enterrá-lo. 
Trumbull consegue defender-se de Black, dá-lhe tiros; asfixia sua mulher; fustiga Gillie com uma barra de ferro, e vê-se em problemas com aqueles "mortos" a sua frente, resolvendo fingir-se também de violentado, acossado por algum terceiro agente. Hinchley (Karloff) vê aquela cena, pensa que Trumbull está doente, e lhe ministra o veneno que por várias vezes seu genro tentara lhe impingir dizendo ser um remédio, e assim, Hinchley, querendo ajudar Trumbull, o mata.
Ainda há tempo para Black, mesmo alvejado por tiros, dar sinais de que ainda não morreu, enquanto Amaryllis e Gillie, efetivamente ainda vivos, seguem seu caminho.
Lorre, conhecido por personagens soturnos (M, o Vampiro de Dusseldorf, ou ainda O homem que sabia demais), está muito engraçado, com falas espetaculares. Price também brilha como o agente funerário sempre bêbado que trata mal sua mulher, seu sogro, sem empregado, e usa das expressões mais canastronas para dar graça a seu personagem, e falas maravilhosas para fustigar os que o cercam. Karloff está bastante contido como o velho surdo, mas tem também sua graça.
O filme começa muito bem, e dá uma caída mais para o final, mas se trata de ótima diversão.


Nota IMDB - 6,6. Para mim, valeu mais. Gostei bastante. Vale um 7,5. Engraçadíssimo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A MÚMIA (1932), de KARL FREUND - 20 e 21.11.2011

Este filme, de 1932, do qual conhecemos mais a refilmagem com Brendan Fraser (até porque passa quinhentas vezes por semana, enquanto este raramente pode ser visto na TV a cabo), é visto aqui em sua versão o original, em que Boris Karloff interpreta Imhotep, a múmia enterrada viva e ressuscitada com a leitura do livro que o traz à vida.
A produção de Carl Laemmle Jr, que produziu em três anos a trilogia dos monstros, Drácula, Frankenstein e este A Múmia. Karl Freund é o diretor, tendo atuado como diretor de fotografia de Metrópolis, Drácula, A Última Gargalhada, entre outros).
Uma expedição do Museu Britânico chefiada por Sir Joseph Whemple (Artur Byron) vai ao Egito e, em 1921, encontra um tesouro arqueológico espetacular, uma múmia em ótimo estado, aparentemente enterrada viva, e uma pequena caixa que contém uma maldição de morte e danação eterna para quem a abrir, e ali dentro, o Manuscrito de Tot, que contém as palavras de Ísis que ressuscitaram Osiris.
Mesmo alertados dos riscos daquela descoberta, o assistente do chefe da expedição arqueológica abre uma urna e lê um hieroglifo que desperta A Múmia Imhotep, um sacerdote egípcio, o que imediatamente o leva à loucura, e ao chefe, a dizer que nunca mais voltaria ao Egito.
Passam-se dez anos e o filho de Sir Joseph Whemple, Frank, está agora em outra expedição do museu británico quando um egípcio estranho (Imhotep disfarçado de mortal comum) chamado Ardath Bey indica, aparentemente desinteressado, um local em que farão uma descoberta incrível - Anckesenamon, filha de um imperador e antigo amor de Imhotep.
Helen Grosvernor (Zita Johann), filha de um inglês com uma egípcia, parece ser a reencarnação da princesa morta, ou ao menos sofre forte influência dos poderes de Imhotep, inicialmente demonstrado quando Imhotep tenta trazer novamente à vida sua amada Anckesenamon.
Imhotep começa sua peregrinação para ressuscitar sua amada, matando os que atravancam seu caminho, quase sempre por meio de feitiços, matando Sir Joseph, tentando fazer o mesmo com Frank (que é salvo por um amuleto). A única pessoa que parece capaz de impedi-lo é Dr. Muller, um médico versado nas lendas e magias do Egito antigo, e que consegue resistir aos feitiços de Imhotep e conhece as artimanhas deste.
Quando o antigo sacerdote leva Helen/Ancksenamon ao Museu do Cairo, onde estão os apetrechos da câmara mortuária da princesa egípcia, para completar a reencarnação da filha do imperador Amenófis, e tudo está em vias de ser consumado, Helen assume a personalidade de Ancksenamon, e embora esta inicialmente resista pois diz ainda ser a princesa, mas também já é outra pessoa, logo está pronta para o sacrifício, qual seja deixar que Imhotep a imole, para, depois de morta e mumificada, ser trazida à vida na mesma condição que Imhotep, uma múmia morta-viva.
No hora H, Frank e Dr. Muller chegam, e Helen/Ancksenamon, chamada por Frank, roga a Isis (há uma estátua dessa deusa) para que a salve da morte. A deusa então intervém, a estátua ganha vida e destrói Imhotep, transformando-o novamente em múmia sem vida, numa cena de boa maquiagem e efeitos especiais, queimando, no mesmo ato, o manuscrito de Tot, impedindo, dessa forma, que fato semelhante voltasse a acontecer.
Frank é instado por Dr. Muller a chamar por Helen, que se encontra desacordada,  para trazê-la do passado para onde foi, pois somente o amor de Frank poderia salvá-la. Ele a chama, diz que a ama, e a salva. Fim.

Há uma cena  durante o filme em que Imhotep induz Helen a ver o que houve no Egito antigo, a construção da cena é muito bem feita, numa paisagem desértica, de um modo original que não me lembro de ter sido feito em qualquer outro filme que trate do Império Egípcio, com a reconstituição histórica que por mais sem fundamento que possa ser (e não sei se o é), cria uma atmosfera intrigante, com cenas da corte egípcia, do funeral de Anckesamon, das falhas e erros (utilização do manuscrito de Tot, desafiando a ira dos deuses) que levaram Imhotep à danação eterna, mostrando inclusive sua mumificação ainda vivo.
Mais uma vez, uma história direta, sem firulas, bem contada, um bom filme. Só há uma ponta solta que é a imediata atração de Frank por Helen, injustificável que ocorresse, assim, de pronto. Mas acho que é o baixo orçamento, o filme curto, pouco tempo para desenvolver melhor a trama que leve à essa ligeireza. Esse detalhe não compromete a trama, só deixa um pouco fraco esse ponto do filme.

Nota IMDB - 7.3. Acho que a nota está adequada. O filme é melhor que o Drácula com Lugosi. A maquiagem de Karloff é estupenda, e este atua bem como a múmia, com seu gestual lento e fala pausada. A iluminação do olhos de Karloff é bem melhor do que a feita para realçar o olhar de Lugosi, ou seja, um ano depois, encontrou-se uma solução técnica bem melhor para o mesmo problema.

domingo, 20 de novembro de 2011

FÚRIA (1936), de FRITZ LANG - 19.11.2011

Esse filme, o primeiro dirigido pelo grande Fritz Lang (Metrópolis, M, o Vampiro de Dusseldorf) nos Estados Unidos trata de assuntos bem importantes. O linchamento, um julgamento justo, a justiça, a vingança, o papel - ou a inação - do Estado, representada pela não remessa de reforço policial pelo Governador, a conselho de um aspone.
Joe Wilson (Spencer Tracy) está noivo de Katherine (Sylvia Sidney) estão enamorados, e pretendem casar, mas vivem dificuldades financeiras. Katherine migra de Chicago para uma outra para ter um emprego melhor e melhor salário, enquanto Tracy continua em sua cidade até que consiga juntar uma grana e então ir atrás de sua noiva para casar.
Quando finalmente, um ano depois, consegue um dinheiro, no caminho é confundido, por indícios meramente circunstanciais (amendoim nos bolsos) com um assassino de menores, e preso. A polícia de Capitol City faz um trabalho inicialmente preguiçoso, mas o delegado (Edward Ellis, um ótimo coadjuvante - que fez dois papéis interessantes em outros filmes que vi durante este 2011, O Fugitivo, em que é o presidiário Bomber, amigo de Paul Muni; The Thin Man, em que é o assassinado Clyde Winant com William Powell e e Mirna Loy) fica em dúvida e diz que somente com a chegada do District Attorney alguma coisa será feita.
Mas na cidade a notícia de que o "assassino" das crianças foi preso gera uma onda de boatos, versões da história, e logo a turba resolve decidir rapidamente o futuro de Joe Wilson, linchando-o.
A malta consegue, contra a resistência do xerife e seus ajudantes, invadir a delegacia, e chegar até a carceragem, mas não logram êxito em entrar nas celas, e por isso, não conseguindo alcançar Joe Wilson, resolvem incendiar a delegacia. Katherine, impotente, vê seu noivo dentro da delegacia em chamas, e o prédio é consumido. Chega-se à conclusão que Tracy morreu, linchado (queimado), e logo em seqüência se descobre que ele era completamente inocente, e que esse inocente morto agora era um grande ultraje, uma vergonha para a imagem da cidade, e que o melhor para todos seria esquecer aquilo, nunca mais mencionar tal fato.
Ocorre que Tracy, de fato, não morreu, tendo conseguido fugir da carceragem pela tubulação de água. Ele, até então um homem de boa índole, que sempre quer que se leve uma vida honesta, resolve buscar vingança contra os linchadores, ainda que dentro do sistema legal, processando-os. Como não pode aparecer - por estar teoricamente morto, incumbe seus dois irmãos de tocar adiante a vingança, buscando a condenação de seus ditos algozes à morte, eis que linchamento, naquele Estado da Federação em que houve o ataque popular, é considerado homicídio em primeiro grau, crime sujeito à pena de morte.
No julgamento, o District Attorney (promotor) usa imagens das equipes de televisão para identificar os 22 acusados como participantes ativos do linchamento, e com isso já desmascara as testemunhas da comunidade que praticaram falso testemunho para proteger os "valores locais, da comunidade".
Um segundo momento do julgamento trata de alguém efetivamente ter visto Wilson preso e sob as chamas, o que só é possível com o testemunho de sua ex-noiva Elisabeth.
Um terceiro momento trata da ausência de materialidade do delito, pois como não há corpo (até porque Wilson está vivo), não há como provar juridicamente que realmente há um morto, e portanto, não há como provar que houve assassinato.
Para driblar essa deficiência probatória, é entregue em juízo uma carta anônima junto à aliança em que constam os nomes de Elisabeth e Joe, e que teria sido encontrada por alguém que limpou a delegacia incendiada, fazendo a prova da presença do de Joe no local do crime, convencendo os jurados, mas fazendo Elisabeth ter certeza de que Joe está vivo, em razão de um erro de grafia que era sempre cometido por ele.
Elisabeth e os irmãos de Joe o pressionam para esclarecer a situação, mas este, revoltado com tudo e todos, em princípio reluta. Contudo, sozinho e atormentado, Joe resolve se apresentar à Corte, no exato momento em que se começam a ler os vereditos condenatórios, e o faz não pelos homens que salva, pois os considera assassinos, mas para preservar as coisas em que acreditava, na Justiça, nos Estados Unidos, nas pessoas. Faz as pazes com Elisabeth.

Nota IMDB - 7.9. Daria um pouquinho menos, mas é um filme bastante bom. Vale a pena assistir.

sábado, 19 de novembro de 2011

DRÁCULA (1931), de TOD BROWNING - 16.11.2011

Já havia assistido ao agudo Freaks, dirigido por Browning, e foi um dos filmes mais impressionantes que vi nestes últimos tempos. Por isso, este Drácula, filmado um ano antes de "Monstros" era, para mim, um filme cercado de grandes expectativas.

Estou concomitantemente assistindo ao "A Múmia" e Frankenstein, com Karloff, para ver os três filmes clássicos sobre o maiores monstro do cinema numa só tacada, e todos os filme são produzidos por Carl Laemlle Jr. Tudo parece econômico, tanto que os créditos deste Drácula e d'a Múmia são muito semelhantes e ambos com a música do balé O Lago dos Cisnes ao fundo.

O filme aparentemente segue o livro de Bram Stoker (não o li), assim como fizeram, anteriormente o filme de Murnau (Nosferatu) - este não creditado por disputa por direitos autorais, e depois, ao menos o filme  do Coppola. Há outros filmes sobre o vampiro, mas não os assisti, tá faltando pelo menos o da década de 60, com o Christopher Lee.

O Nosferatu é impressionante, a caracterização animalesca do vampiro é espetacular, e muitas das brilhantes criações de Murnau foram copiadas por Coppola - tal como a sombra atrasada do vampiro. Browning faz um filme muito mais teatral, que entrou para a história por Bela Lugosi, o mais famoso Drácula, com seu olhar aí acima representado (e sempre realçados no filme por uma iluminação especial, que às vezes é boa, às vezes, exagerada). Lugosi está um perfeito canastrão no filme, suas falas são pouquíssimas, o que mais faz são suas "caretas" de drácula, para hipnotizar ou para se comunicar telepaticamente com seus servos, Renfield por exemplo. Mas seu modo de falar, suas ironias (I never drink... wine [only blood, podemos entender]) são muito boas.
Ademais, incontestavelmente, criou a caracterização clássica do vampiro mais famoso do cinema, e convenhamos, dá de 10 a zero, por exemplo, no caricato Keanu Reeves que faz Johnatan Harker no filme do Coppola - para mim o único, mas grandioso defeito do filme do diretor de O Poderoso Chefão.
O filme: Renfield (Dwight Frye) chega à Romênia para fechar o negócio do aluguel da londrina Abadia de Cairfax ao Conde Drácula.
Ali, é vampirizado pelo Conde, e volta a Londres de barco. No navio, estranhamente todos, à exceção de Renfield (louco e internando no sanatório de Seward), morrem. A carga do navio é próprio o Conde Drácula.
Drácula forja um encontro casual - no teatro -  com Mina Seward (Helen Chandler), o pai desta, Dr. Seward - dono de um sanatório, e com John Harker - de quem Mina estaria enamorada, além de Lucy. Logo o Conde vampiriza Lucy. 
Bem cedo na história, pela observação de Renfield e pelas mortes com mordidas no pescoço, o Dr. Van Helsing e Seward chegam à conclusão de que o caso trata de vampiros, uma superstição antiga que agora parece verdadeira.
Lucy, vampirizada e vestida de branco, ataca e mata crianças, porém esse trama fica subdesenvolvida na história e simplesmente some do filme, sem se saber o que foi feito de Lucy.
Drácula também morde Mina, esta bebe o sangue dele, e para a transformação dela em vampira ser completa (ela já está sob seu controle mas ainda não virou definitivamente uma vampira), Drácula terá de matá-la durante a noite.
Van Helsing o persegue e impede que ele execute a morte antes do nascer do dia, obrigando Drácula a voltar para seu caixão, quando Van Helsing consegue matá-lo (uma grande sacada a estaca utilizada ser tirada da tampa da caixão, que o caçador de vampiros quebra para criar a arma mortal para o vampiro).
Filme simples e direto. Conta a história e manda o recado.
O roteiro é simples e as vezes falho (acho que até em razão do baixo orçamento e não há, como no filme do Coppola, a explicação da fixação atemporal de Drácula por Mina, a história de Lucy fica mal contada, há diferenças na história - no filme de Coppola, Harker também vai à Transilvânia, após a volta alucinada de Renfield, neste apenas Renfield viaja.
Não há efeitos especiais propriamente ditos, e as cenas em que há alguma necessidade disso são feitas com cortes que dão a impressão de ter havido o efeito. Por exemplo, Drácula está atrás da teia de aranha, e para dar a impressão de passar por elas sem destruí-las, Lugosi é filmado antes e depois de passar por ela; ou a transformação de morcego em Drácula, igualmente, em que se filma o morcego cenográfico (mal feitos, por sinal, afinal estamos em 1931), e depois, o vampiro já personificado.
Tod Browning entende do riscado, mas se sai melhor em Freaks do que neste Drácula. De qualquer modo, há algumas cenas bastante interessantes, uma panorâmica na sala de autópsia de Lucy, por exemplo, os interiores do Castelo de Drácula e da Abadia de Cairfax.
O filme é razoável, cria o cânone hollywodiano do Conde Drácula, mas, a meu sentir, fica atrás tanto do filme do Coppola, dos anos 90, e do Nosferatu, de 1922, conduzido pelo Murnau. Vale a pena, de qualquer forma.
Nota IMDB - 7,6. Vale um pouco menos, essa nota tá perto de 8, o que é exagerado. Um 7 tá de bom tamanho.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A GENERAL (1926), de CLYDE BRUCKERMANN e BUSTER KEATON - 12.10.2011

Em seu filme mais famoso, Buster Keaton - o comediante que não ri - interpreta Johnny Gray, o maquinista da locomotiva "General" e enamorado de Annabelle. Em Marietta (Geórgia - um estado sulista, logo confederado), em 1861, durante a guerra civil americana, Johnny (Keaton) tenta se alistar no exército confederado, mas não consegue seu intento pois os alistadores entendem que sua importância para o Sul é maior como maquinista do que como soldado, e isso o faz cair em desgraça com sua amada e a família dela, que não sabem da razão de sua rejeição e o tem como covarde, traidor da causa sulista.

Um ano depois, com todo mundo engajado na guerra, e Keaton trabalhando a contragosto como maquinista, militares da União - o Norte - planejam o seqüestro da General, com um pequeno grupo de assalto entrando no Sul como civis, roubando a locomotiva, levando-a para o norte, e no caminho, destruindo pontes, cortando o abastecimento de suprimentos da tropa sulista, para assim infligir grandes perdas a tal lado do combate.
Concretizado o roubo em uma parada para refeição dos passageiros da "General" conduzida por Gray, por coincidência Annabelle está dentro do trem, pois ia em viagem para encontrar seu pai (e quase sogro de Keaton), que se ferira na guerra.
Johnny Gray passa a perseguir a sua locomotiva sem saber de Annabelle, apenas para recuperar a sua máquina, com um outro trem que obteve na parada - a locomotiva "Texas".
Na perseguição, são variadas as situações cômicas muito bem engendradas, como Keaton conduzindo seu trem acreditando que uma divisão do Exército Sulista está embarcada para o ajudar, sem notar que houve um desenganche e ele está sozinho; os desvios de linha para se livrar de obstáculos que surgem à frente; as dificuldades com um canhão; a inversão na posição dos trens, ora Keaton perseguindo "a General", ora esta lhe perseguindo com os nortistas; as dificuldades com a água; a dificuldade em obter madeira para alimentar a fornalha, etc.
Em certo lugar, o exército nortista pára, e Keaton consegue adentrar no QG dos militares para salvar Annabelle, e incidentalmente, sob uma mesa, escondido, consegue ouvir os planos de ataque de seus inimigos, e planeja voltar ao Sul e contar todos os planos a seus confrades.
Então, disfarçado com uma farda nortista, consegue salvar Annabelle, enfiando-a em um saco de suprimentos, carregando-a para dentro d'a General, e partindo com sua estimada locomotiva em retorno ao Sul.
Em sua fuga, é perseguido pelos nortistas que buscam evitar que seus planos sejam revelados aos inimigos, outra sorte de situações engraçadas é exposta, seus desencontros com Annabelle, esta, por exemplo, tentando varrer o chão de uma locomotiva a vapor, o atrapalhando para alimentar a fornalha, etc.
A perseguição prossegue até que chegam a uma ponte, Keaton a dinamita (a locomotiva Texas foi efetivamente destruída na filmagem desta cena), e dá-se então uma batalha em que, quase sem querer - por exemplo com uma espada que se desprende da empunhadora e mata um atirador nortista-, Keaton é determinante para a vitória e para a retirada em fuga dos inimigos da União.
Já no acampamento-base do Exército Confederado, é recebido por um oficial que o congratula por suas ações e o nomeia de imediato tenente, com isso conquistando o respeito de sua amada, de seu sogro, e passando a herói do Sul.
Sentado nos eixos que ligam as rodas da General, ele beija Annabelle, enquanto cumprimenta os vários militares que passam por ele, dando um jeito de continuar beijando a moça e, ao mesmo tempo, erguer a mão para cumprimentar seus colegas milicos.

Nota IMDB - 8,4. O filme é  bom, mas não pra tudo isso. As gags mais físicas, como o filme de Buster Keaton anteriormente comentado - Amores de Estudante - não estão tão presentes. Os filmes mudos são difíceis, agora mais distanciado, acho que a nota se não é 8,4, fica perto.

SEM LIMITES (2011), de NEIL BURGER - 30.10.2011

Um filme que, tal qual a personagem principal Eddie Morra (Bradley Cooper) só dá para aguentar chapado, tomando alguma baguinha.
Eddie Morra é um escritor fracassado, com um contrato de adiantamente para escrever um livro, mas há tempos não escreve uma só linha. Seu relacionamento com sua namorada também já foi pro beleléu.
De repente, o irmão de sua ex-namorada aparece e lhe oferece uma droga para a expansão dos limites do cérebro.
Imediatamente, Eddie passa a se lembrar de tudo, e sua criatividade e inteligência explodem.
Ele rapidamente conclui o livro, e fica um gênio, ganha toda a mulherada, aprende a tocar piano e falar diversas línguas em minutos, etc, e resolve então ganhar dinheiro, na bolsa.
Como ele tem pouca grana, seus ganhos são poucos, e ele resolve emprestar dinheiro de um russo ou qualquer coisa assim, e embora ganhe bastante dinheiro, ele esquece de pagar a ninharia que tomou emprestado do russo (uma burrice tamanha para quem tem um QI espetacular - e um grande furo - entre muitos outros - na história), o que vai lhe trazer dissabores.
O fato, contudo, é que os efeitos da droga são temporários, e ele precisa de mais droga. Vai até o apartamento de seu fornecedor, e quando sai de lá para ir ao mercado, na volta o ex-cunhado foi morto. Ele encontra várias pílulas (que os assassinos não puderam encontrar), o que lhe garante suprimento de inteligência por um bom tempo), mas sofre terríveis efeitos colaterais sem usá-la, tanto que muitas das pessoas que consumiram a pílula se suicidaram.
Robert de Niro vive Carl van Loon, um magnata do mercado financeiro. De Niro parece estar cumprindo um expediente de 8 horas numa empresa de trabalho pesado. Não tá nem um pouco a fim de fazer aquilo, mas precisa ficar ali pra receber uma graninha no final do mês (ou das filmagens). É um dos piores papeis desse grande ator. Até palhaçadas como Meet the Fockers fica melhor para ele.
Com o sucesso repentino de Morra, Van Loon o contrata para assessorá-lo, mas Eddie tem problemas com o possível término das pílulas. Ele contrata um químico para fazer mais pílulas para ele.
Com o fim das pílulas, o mundo de Eddie começa a desabar, ele dá o bolo em Van Loon, está encrencado com os russos, que além de dinheiro também quer as pílulas, pois Eddie deu algumas a eles como parte do pagamento da dívida, etc.
Aí, o russos vem até seu apartamento cobrar a dívida, ele acha uma última pílula mas essa cai pelo ralo, então o russo é morto (nem me lembro bem como - a essa altura eu já tava bebendo cerveja, porque o filme é uma merda), e como o bandido tá "chapado" com a pílula, Eddie bem o sangue do rapaz, e fica ligadaço, mata todo mundo, e se salva.
Acho que daí passa um ano, e vemos que Eddie conseguiu sintetizar a fórmula da pílula, consegue moderação - ou equílibrio - no quanto da droga deve usar evitando os mortais efeitos colaterais, está concorrendo ao Senado, e quando Van Loon vem tentar extorqui-lo ou ameaça-lo, Eddie dá a volta no empresário fudidaço, dizendo que já estava preparado para isso, e que está muitos passos a frente de seu oponente, e que tal ameaça não vai funcionar. Tudo bem para nosso herói chapado.
Me dêem licença que eu vou tomar mais uma cerveja, e chapadão, ver se daqui a um ano já melhorei do embrulho que esse filme me trouxe.

Nota IMDB - 7.3. É palhaçada ou burrice. O filme é uma bosta. Nota 3 ou 4, se tanto. Quem gosta de ação (há bastante), sem lógica alguma, alguns efeitos especiais interessantes - embora utilizados apenas como recurso para dar alguma atratividade a um filme paupérrimo - pode até se entreter com esse "filme".

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CINEMA PARADISO (1988), de GIUSEPPE TORNATORE - 26.10.2011

Eu vi esse filme, pela primeira vez, há muito tempo, e agora adquiri a coleção de cinema europeu da Folha de São Paulo, que embora pareça meio desigual - isso porque não conheço alguns filmes, tem algumas peças espetaculares.
Quando compro um filme em DVD acabo por preguiça não o assistindo, porque tá ali, à disposição, e aí não o vejo logo.
Mas como tô de férias, e sem SKY, a solução foi ver alguns dos filmes, e que boa solução.

Cinema Paradiso é um filme muito bonito. Acompanhamos três fases distintas da vida de Totó - a criança fascinada por cinema que aprende tudo sobre o cinema, a vida, com Alfredo (Phillipe Noiret), um senhor que é o projecionista da sala do Cinema Paradiso em uma pequena cidade italiana - Giancaldo; o adolescente apaixonado, e o homem feito que retorna à cidade para rever algumas coisas de sua vida e acertar-se com seu passado.

O filme inicia com Totó já homem feito, por volta dos 50 anos de idade, cineasta famoso, que recebe um telefonema dando conta da morte de Alfredo. Dá-se então toda uma regressão no tempo, sentimental e memorialista, com Totó lembrando-se de sua infância e adolescência, para, finalmente, regressar a Giancaldo para as exéquias de seu amigo.

Quando pequeno, Totó (então Salvatore Cascio), uma criança bastante inteligente, orfão de pai - morto na guerra - tudo negligencia (em casa, por exemplo, gasta o dinheiro do leito de sua pobre família para comprar ingresso) para ir à sala de projeção, ver os filmes, e ficar observando o trabalho de Alfredo, com ele conversar e tirar grandes lições.
Quando um incêndio destroi o Cinema Paradiso (as películas eram altamente incendiáveis), na ânsia de apagar o fogo Alfredo sofre queimaduras e perde a visão.
Um cidadão de Giancaldo que ficou rico na loteria esportiva então reconstrói o cinema - o Nuovo Cinema Paradiso - e contrata Totó, ainda criança, para ser o novo projecionista.
Alfredo, mesmo cego, volta a freqüentar a sala de projeção, e continua sua amizade com Totó, dando-lhe amizade e ensinamentos para toda a vida.
Num corte bem feito, Alfredo passa as mãos sobre o rosto de Totó criança e então já o vemos adolescente, mas ainda projecionista do cinema, e Alfredo envelhecido.
Totó se apaixona por uma menina que chega a Giancaldo - filha do novo gerente do banco, e então passa a perseguir o amor desta, vendo sua atração retribuída somente depois de muito sacrifício. Não fosse isso, tão logo o pai da moça descobre o romance, faz de tudo para dificultar o encontro dos dois, terminando por obter êxito em afastá-los definitivamente, levando a moça a um lugar não sabido. Achei essa, definitivamente, a parte mais fraca do filme, mas que não chega a ser ruim, com exceção do momento em que Alfredo, já acamado e sem vontade de fazer grandes esforços, chega a Totó e o aconselha a partir de Giancaldo e nunca, nunca voltar, não olhar para trás, sequer telefonar, e seguir sua vida e seus sonhos. Ainda lhe diz que se ele retornar que não o procure, que entnão não será recebido.
Totó, com efeito, até o telefonema dando notícia da morte, vive sua vida de cineasta famoso, muitas mulheres em romances de curta duração, sem voltar ou tratar de sua cidade natal. Termina a regresão e chegamos ao Salvatore adulto voltando a Giancaldo.

Ali, pela primeira vez, se reencontra com sua mãe desde sua partida, com as personagens que fizeram parte de sua vida, o louco da praça, o dono do Nuovo Cinema, o lanterninha do cinema, o casal que se conheceu durante os filmes, etc.
O cinema fechou, os vestígios mostram que antes do seu fechamento houve uma decadência (filmes pornô foram as derradeiras atrações) como acontece por todo lugar, mas a cidade - por mais que tenha mudado - continua a mesma, ao menos afetivamente, e que as origens de qualquer um, por mais que delas tenha tentado se afastar, continuam.
Finalmente, Totó após acompanhar o cortejo fúnebre, a demolição do prédio do cinema, vai à casa de Alfredo, e a mulher deste lhe entrega um presente, uma lata de filme.
Voltando para onde mora, Totó pede que o projecionista passe o tal filme, e ali constam todos os beijos que foram cortados das projeções, por intervenção do padre de Giancaldo, e que eram, portanto, sonegados do público, num trabalho meticuloso (colar pequenos trechos de filmes), carinhoso, e feito por um cego, numa demonstração de afeto espetacular, em cena muito bela.
Memória, amizade, o cinema em si mesmo e os valores afetivos que tal arte pode criar em cada indivíduo, as memórias de cada qual na vida e no cinema, a vida em retrospectiva, os afetos deixados para trás em sua vida. Há muito a ver e pensar com este filme.

Nota IMDB - 8,5. Não sei se é pra isso tudo, mas entre 7,5 e 8 (e já é grande nota), e vale. Gosto muito desse filme.

A VIDA ÍNTIMA DE SHERLOCK HOLMES (1970) - de BILLY WILDER - 02.11.2011

O filme começa 50 anos após a morte de Watson (Colin Blakely), dentro de um banco, em que se abre seu baú que somente após esse tempo deveria ter o conteúdo revelado, e ali dentro se contêm os segredos, a vida privada de Sherlock Holmes.

Volta-se então a 1887, quando Holmes (vivido por Robert Stephens) se vê aborrecido, sem nenhum caso interessante, e esse tédio faz com que ele exercite seu vício cocainômano..
Dois casos que lhe são apresentados são rejeitados por irrelevantes, mas que assumirão importância adiante. Primeiro o sumiço de 6 anões de circo, rapidamente dada por banal por Holmes, haja vista que a recompensa seria muito pequena para encontrá-los, deduzindo que era apenas uma questão de avareza do dono do circo, e os pequenos resolveram encontrar outro emprego; e o desejo de uma grande bailarina russa em ter um filho, com Sherlock devendo ser o pai recebendo de paga um Stradivarius, para que a criança fosse bela como a bailarina e inteligente como Sherlock, não sem antes ter sido explicado que o detetive não era a primeira opção (foram considerados Tolstói - velho, Nietzche - amalucado e Tchaikovski - homossexual, muito boa a tirada, esses gênios estavam vivos a tal tempo). Sherlock rejeita o pedido, também dizendo-se homossexual, e que vivia com Watson.

Então surge o caso que deveria ser desvendado: aparece uma francesa - Gabrielle Valadon, vivida por Genevieve Page - desmemoriada na porta do 221-B de Baker Street. Ao passo que ela vai recobrando a memória, o problema é posto. Seu marido (Eugene) inventou uma bomba de ar - um compressor podemos dizer - e trabalhava para a Jonah (Jonas) Limited e a esposa acredita que ele tenha sido morto ou seqüestrado.
A investigação vai tomando corpo ao se descobrir que não existe a empresa, e no endereço em que as cartas entre Eugene e Gabrielle eram trocadas, também nada havia, exceto canários, uma velha paraplégica, um jornal que remete à Inverness, na Escócia.
Em tal ponto, Mycroft Holmes (que participa de um clube de cavalheiros que é uma fachada para um braço do serviço secreto e do Ministério das Relações Exteriores da Inglaterra), irmão de Sherlock, vivido por uma careca e quase irreconhecível Christopher Lee - o Drácula dos anos 60 e 70 - chama o seu irmão detetive e ordena que ele pare com suas investigações, ordem que, evidentemente, é desobedecida.

Indo à Escócia, ele passa a investigar e logo encontra um castelo suspeito, e eles começam a ver o monstro do Lago Ness. Indo ao lago, Holmes logo pode descobrir que o monstro é alguma engenhoca mecânica submersa, e o pescoço e cabeça do monstro são apenas para disfarçar o aparelho. Nesse ínterim, há passagens em que descobrimos que Gabrielle não é quem parece ser, e que ela se comunica com "monges trapistas", em verdade espiões disfarçados.
Descobrem ainda o nome de um cemitério - com base nas pistas obtidas ainda na Inglaterra - em que presenciam um enterro de mortos não identificados, e pela presença de quatro anões podem descobrir que dois dos mortos são anões, e o outro, um adulto de estatura normal, e ao escavarem encontram Eugene e três canários mortos, estes descoloridos.

Quando Holmes está prestes a desvender o caso, Mycroft manda chamá-lo para revelar o que é o monstro, na verdade um pequeno submarino em que a bomba de ar de Valladon permitia permanecer bastante tempo sob a água, pondo a Inglaterra em vatagem contra seus inimigos. Os canários são usados para medir vazamentos de gases tóxicos (tão logo o ambiente fique tóxico, os canários morrem poupando os homens), e os tripulantes são os tais anões de circo.
Ademais, revela que Gabrielle, em verdade, é uma espiã alemã que conseguiu enganar Sherlock completamente, e que os monges trapistas eram também alemães prontos para roubar o submarino.

A Rainha Vitória é chamada para batizar o submarino HMS (Her Majesty Ship) Jonah - no livro bíblico Jonas passou três dias e três noites dentro de uma baleia, o que revela que Jonas era o nome do projeto secreto governamental para qual Eugene trabalhava. Mas ela se recusa a dar seguimento ao projeto militar, pois isso vai contra os princípios ingleses, de atacar sem avisar, de afundar navios à socapa. Ainda diz que o Imperador Wilhelm, da Alemanha, não será problema, pois é seu parente distante, e uma carta bastará para trazê-lo ao seu juízo - o que se verá, em anos futuros, que acreditar na Alemanha  terá sido um grande erro de avaliação.

Então Holmes volta para onde está Gabrielle, faz esta confessar, passa uma mensagem errada para os demais espiões alemães, que conseguirão roubar o submarino, mas este afundará, matando-os.
Holmes está mais ou menos envolvido emocionalmente com a espiã, então intercede para que esta não seja presa mas trocada por um espião inglês que está em poder dos alemães.
Um ano depois, Holmes recebe uma carta daquele clube de cavalheiros (o serviço secreto) dando notícia de que sua "amada" foi morta no Japão, e durante o período em que lá esteve, usou o nome de Aschcroft - nome sob o qual Holmes e a espiã usaram para se disfarçar na Escócia.
Abatido, ele pede a Watson a sua seringa para injetar a cocaína e suportar a perda. Ele entra em seu escritório e fecha a porta para se dopar.

Nota IMDB - 7,3. Talvez um pouco menos, mas um bom filme, bastante divertido.